segunda-feira, 2 de julho de 2012

Crianças sedentárias


Fisiologista alerta sobre a falta de atividades físicas e indica quais exercícios são mais adequados.

De acordo com dados do IBGE, o sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre cinco e nove anos de idade. Os números também apontam vários problemas que antes eram encontrados apenas na fase adulta como hipertensão, complicações cardíacas, diabetes, colesterol, entre outros. Ao contrário do que muitos pensam nem sempre a culpa é da genética - filhos de pais obesos têm 10% de chances de serem também obesos. O grande vilão é a "transferência cultural", isto é, os filhos de pais que não fazem atividades físicas e se alimentam mal, tendem a assumir os mesmos hábitos dos pais. 
O que a ausência de exercício pode trazer para crianças? 
De acordo com o personal trainer e fisiologista da Test Trainer, Givanildo Matias, a falta de atividades físicas pode acarretar uma série de problemas às crianças. Entre eles estão: diminuição do acervo motor, conflitos na socialização, aumento de peso, desvios posturais, entre outros. 
Na primeira fase da vida as crianças estão mais propensas a realizar, assimilar e armazenar, em seu sistema nervoso central, novos gestos e movimentos motores que na fase adulta contribuirão muito para a realização das atividades físicas ou esportivas. No que se refere aos conflitos na socialização, de forma geral, a prática esportiva pode unir as pessoas, estreitar laços de amizades e facilitar a participação em grupos diferentes.
Crianças que não praticam nenhuma atividade física têm ou terão um impacto negativo no peso corporal, que ocorre pelo acúmulo maior de calorias. Por último, a prática de exercícios pode evitar anormalidades posturais, além da baixa flexibilidade e pouca força muscular. 
Quais exercícios são mais sugeridos para crianças? 
Na visão de Givanildo, em geral, o público infantil não tem muita paciência para atividades cíclicas ou repetitivas que podem ser chatas e desmotivantes. “Assim, a melhor opção é desenvolver atividades que sejam desafiantes, lúdicas e que possam contribuir para a melhoria nas principais capacidades físicas”, aconselha. 
As atividades físicas mais complexas e competitivas e que demandam aprendizagem, casos da natação, do futebol, do balé, do handebol, do basquetebol, da ginástica olímpica, dos exercícios funcionais e das gincanas e brincadeiras são muito bem aceitas neste grupo, relata o personal trainer, que acrescenta, “o trabalho muscular pode ser feito usando acessórios ou máquinas de musculação. Porém, o melhor método é o circuito, pois ele dá a impressão de que o tempo passa mais rápido.” 
O fisiologista também recomenda que o alongamento seja feito de uma forma diferente porque as crianças não têm paciência. Uma das melhores alternativas é o alongamento dinâmico, onde é possível desenvolver a flexibilidade sem precisar ficar parado, tendo que manter um determinado movimento por alguns segundos, diz. 
Ele indica ainda, a prática de atividades com aptidão cardiorrespiratória, que trazem benefícios para o coração e também uma grande contribuição para a diminuição do peso. “Uma boa opção é andar de bicicleta, patins ou skate, praticar natação ou outras atividades esportivas, em geral. Esteira, bicicleta ergométrica e elíptico também são boas alternativas, mas precisam de um método de trabalho diferenciado para não se tornarem maçantes.” 
Segundo Givanildo, a dificuldade de se encontrar locais que promovam um trabalho especializado para essa faixa etária faz com que os pais invistam em profissionais de educação física especializados e que atuam como personal trainers para crianças. “Esses profissionais estão aptos a reproduzir o que era feito antigamente, mas de forma organizada, lúdica e com um objetivo específico: respeitar as condições de cada um”, finaliza.

Fonte: Corpore.org

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