Cada pessoa tem um formato de pé e, portanto, um jeito de pisar. E para cada tipo, existe um calçado próprio que pode auxiliar na prevenção de lesões.
Comprar um tênis para correr não é tarefa fácil: nas prateleiras, há muitos modelos, cores e marcas para todos os gostos e bolsos. Mas antes de optar pelo mais bonito, é preciso saber se ele é adequado para você. “Ao observar uma pessoa em pé, descalça, é possível identificar se o pé é normal, cavo varo (com a curvatura acentuada) ou plano valgo (conhecido como pé chato). Quando ela corre, temos a condição de perceber se a pisada é neutra, supinada ou pronada”, explica o médico do Hospital das Clínicas, Rafael Trevisan Ortiz, de São Paulo. Ou seja: essas características, que interferem na nossa maneira de andar, também influenciam na hora de correr.
Segundo o médico e coordenador da equipe de ortopedia do Hospital Nossa Senhora das Graças, Renato Cesar Sahagoff Raad, de Curitiba, o uso de um tênis inadequado resulta em graves consequências à saúde: “Há o risco de você ter dores nas pernas, nos tornozelos e nos joelhos, com irradiação para a região lombar, limitando a realização de qualquer atividade”.
Andreia Nogueira Miana, fisioterapeuta e mestre em Biomecânica, explica que se você tiver pisada supinada e usar um tênis para pronada, por exemplo, o calçado fará com que o seu pé supine ainda mais.
Longe das lesões
Mas o uso de um calçado impróprio, muitas vezes, pode acabar causando lesões articulares e musculares. Segundo o professor Darren Stefanyshyn, da Universidade de Calgary, no Canadá, de 37% a 56% dos corredores lesionam o joelho ou a canela em um ano de atividade e apresentam problemas nas articulações dois anos após o início do treinamento — em muitos casos, motivado pela escolha do calçado errado.
O problema é que nem sempre usar o tênis adequado é capaz de arrumar a pisada. “Algumas pessoas até conseguem, mas muitas não atingem essa correção”, diz a fisioterapeuta Andreia Nogueira Miana. Isso acontece porque existem ângulos diferentes de pronação ou supinação, que variam de pessoa para pessoa. Para uma avaliação precisa, o melhor é fazer um teste em laboratório, que analisa o movimento do retropé (parte detrás do pé) por baropodometria. “Marcadores são presos nos calcanhares e nos pés e, a partir do ângulo observado durante a corrida, é identificada com precisão o tipo da pisada”, explica. A análise feita por esse método consegue reconhecer até se os dois pés apresentam o mesmo tipo de pisada. “É comum, por exemplo, uma pessoa ter pronação no pé esquerdo e pisada neutra no direito. Nesse caso, não adianta comprar um tênis para a pronada. Quando isso acontece, indicamos o uso de palmilhas”, completa a fisioterapeuta.
Tênis tem prazo de validade
Não adianta escolher o tênis adequado se você não respeitar a vida útil do calçado. Muita gente esquece, mas ele tem prazo de validade — dura, em média, de 500 a 700 km. Não dá para estipular com precisão a durabilidade do tênis, tudo depende da frequência e maneira de uso. “Uma atleta que corre 10 km por dia, por exemplo, deve trocar o tênis a cada 70 dias. Após esse período, o sistema de amortecimento pode ficar comprometido”, diz o médico Renato Raad. O ideal é ter pelo menos dois pares e fazer um rodízio. Dê um intervalo de 24 horas para que as deformações que acontecem na sola desapareçam e ela volte à forma normal.
Conheça sua pisada:
Existem três tipos de pisada: a neutra, a pronada e a supinada. O melhor modo de descobrir o seu tipo é com uma avaliação profissional, no entanto, dá para ter uma noção em casa.
Observe a sola do seu tênis ou calçado e tente identificar a sua pisada:
Pisada neutra: apoia o pé no solo de maneira uniforme.
Pisada pronada: pisa para dentro, apoiando o pé com o lado interno (o desgaste na borda interna do tênis é maior).
Pisada supinada: apoia o pé para fora (o desgaste é maior na parte externa do tênis).
Fonte:
Portal da Educação
Física
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